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Cresce uso de orgânicos nos produtos cosméticos

Produtos: cosméticos naturais, orgânicos e veganos têm ganhado mercado A procura por produtos saudáveis e naturais é realidade cada vez mais presente entre os consumidores. Segundo pesquisa divulgada pelo Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), cerca de 15% da população urbana consumiu algum produto orgânico em 2017. A maior procura por este tipo de produto (34%) está na Região Sul, que ultrapassa o dobro do consumo nacional.

Neste cenário, o mercado de cosméticos também tem buscado alternativas no intuito de desenvolver produtos para este público, preocupado com a saúde e bem-estar. De acordo com a professora do curso de Farmácia e do curso tecnológico de Estética e Cosmética da Universidade Feevale, Simone Gasparin Verza, a diferença entre os cosméticos naturais e sintéticos são os constituintes que farão parte da sua formulação.

“Todas as matérias-primas que são envolvidas no preparo do cosmético 100% natural devem ser obtidas de origens naturais como plantas, ou extraídos de alguma secreção, como a gordura da lã de ovelha. Já nos cosméticos constituídos por ingredientes sintéticos, as matérias-primas são obtidas em laboratórios”, diz.

Simone destaca que os cuidados com os produtos naturais ou sintéticos sobre a pele são os mesmos. “Deve-se observar a indicação para o tipo de pele e se existe alguma recomendação específica para o uso daquele produto. Não se pode dizer que um cosmético, por ser de origem natural, não vai apresentar nenhuma reação adversa. Existem plantas que possuem propriedades alergênicas”, diz. A professora cita que o desafio do setor é avançar na comprovação da eficácia dos produtos cosméticos.

Legislação em tramitação

No Brasil, ainda não existe uma regulamentação para essa classe de cosméticos na Anvisa. No entanto, este cenário pode mudar caso seja aprovado o Projeto de Lei do Senado nº 532, de 2015, que altera a Lei da Vigilância Sanitária e dispõe sobre cosméticos  orgânicos, seu registro e identificação nas embalagens.

O que existe hoje, segundo a dermatologista Fátima Sertório, são empresas que emitem certificações, como a Ecocert, empresa francesa que desde 2001 está no Brasil e o Instituto Biodinâmico (IBD). “Como não existem padronização nos rótulos, ainda fica muito difícil para o consumidor leigo entender as diferenças entre um produto natural, orgânico e vegano”, explica.

Embora a empresa seja francesa, a certificação é feita aqui, pois desde 2001 tem sede também em solo brasileiro. “Não é lei, apenas uma certificação atestando sobre o produto ou ativos. Acredito que, futuramente, deverá surgir alguma normativa para a rotulagem”, opina.

Uso consciente aliado aos efeitos naturais na pele

Segundo a cosmetologista Tassiana Rosa, que desenvolveu uma linha de produtos sem ingredientes e testes em animas, optar por um produto natural é apoiar o consumo consciente e pensar nos efeitos cumulativos de ingredientes cosméticos na pele, diariamente.

“Tanto a nossa pele quanto cabelos reconhecem e possuem afinidade com substâncias naturais. Matérias-primas como óleos essenciais, além da aromaterapia, possuem inúmeros benefícios já comprovados e eficazes. Em conformidade com as leis europeias, as matérias-primas que usamos são testados in vitro, sendo que algumas já são consideradas atóxicas e, portanto, não precisam de testes”, destaca.

Conforme Tassiana, o processo de fabricação de produtos naturais também minimizam o impacto ao meio ambiente. “Todos os resíduos que geramos são levados para coprocessamento, que é um destino que não gera passivo ambiental. Algumas medidas
como a produção por lote e pesagem controlada, por exemplo, permitem que não sobre nenhum resíduo de matéria-prima. O uso de matérias-primas biodegradáveis e compatíveis podem ser tratadas e voltar ao meio ambiente”, diz.

Entenda a diferença

Cosméticos naturais: Fátima destaca que para o cosmético ser classificado como natural é necessário que ele tenha 95% de matérias-primas naturais, ou seja, sem aditivos químicos, e 5% de produtos orgânicos ou de produtos sintéticos, que não estejam na lista dos ativos proibidos.

Cosméticos orgânicos: Eles precisam ter 95% de matérias-primas naturais, cuja produção é orgânica (com certificação) e 5% de água ou outros produtos naturais. “Conclui-se, então, que todo cosmético orgânico é natural, mas o inverso não é verdadeiro”, diz Fátima.

Cosméticos veganos: São aqueles que não possuem produtos de origem animal ou passaram por testes feitos em animais. “Mas cuidado, porque podem não ser orgânicos ou naturais. Os selos do IBD e Ecocert já proíbem ingredientes de origem ou testados em animais para emissão do selo de orgânico/natural. No País, um produto pode ter selo de certificação porque possui algum ativo certificado como orgânico ou natural, mas pode ser numa concentração bem menor para ser considerado produto orgânico ou natural como um todo. Devem ser classificados como produto com ingredientes naturais ou produtos com ingredientes orgânicos”, frisa a dermatologista.

Fonte: Diário de Canoas

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