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Cosméticos veganos a preços acessíveis são o caminho para um futuro sustentável

*Cândido Espinheira

É possível perceber com o passar dos anos que os consumidores foram mudando e empresas de todos os setores acompanharam as novas demandas, inovações e foram se reinventando. Para o segmento de cosméticos não foi diferente, afinal, eles passaram a fazer parte da rotina das pessoas com maquiagens, perfumaria, cuidados faciais e corporais etc. Começou a existir uma preocupação em consumir e vender de uma forma mais consciente, ou seja, produtos que não façam mal ao meio ambiente, aos animais ou ao nosso organismo, o que motivou a produção de itens sem origem animal e livres de crueldade, fórmulas sem parabenos e triclosan, embalagens recicláveis e descarte responsável, que consiste em políticas de descarte ou refil, por exemplo.

Em meio aos problemas climáticos como recordes de secas, chuvas intensas, ventanias de alta intensidade e ondas de calor extremo, que estamos enfrentamos ao redor do mundo, parte da população tem se conscientizado acerca da sustentabilidade, com isso, os cosméticos veganos atraem pelo que podem oferecer ao meio ambiente. Segundo pesquisa da Nielsen, empresa global de informação, dados e medição germânico-americana, 42% dos consumidores brasileiros estão mudando seus hábitos de consumo para reduzir seu impacto no meio ambiente e 30% dos entrevistados estão atentos aos ingredientes que compõem os produtos. Além disso, o estudo mostra que as pessoas estão mais conscientes também, 58% não compram produtos de empresas que realizam testes em animais.

Os números não mentem, os cosméticos veganos tem crescido em ritmo acelerado mundialmente, como prova, esse mercado movimentou US$ 12,72 bilhões em 2020 e tem projeção de atingir US$ 24,79 bilhões até 2028, segundo relatório da Fortune Business Insights. Esses números revelam não apenas uma tendência do momento, mas um movimento que veio para ficar, se considerarmos que o estilo de vida que muitos têm buscado ao comprar um produto e se atentar a responsabilidade socioambiental da marca.

Estamos presenciando uma revolução marcante, conforme análise da agência Market Research Future, o mercado global de produtos livres de crueldade animal pode atingir US$20,8 bilhões até 2025. Os dados falam por si, cresce em ritmo acelerado a compra e venda responsável. Para começar a desenvolver essa responsabilidade ao consumir é preciso analisar alguns fatores na hora da compra como para onde vai o lucro, por isso, escolha empresas que possuam práticas que correspondam aos seus valores.

Acredito que ainda estamos longe de atingir plenamente a conscientização necessária devido à falta de acesso por questões financeiras e a dificuldade de encontrar os produtos mais próximos. Digamos que uma pessoa esteja voltando do trabalho e precisa comprar um protetor solar para o dia seguinte porque o dela acabou, ela avista uma loja sem produtos veganos, a consumidora está cansada e não ficará horas procurando por uma que a atenda, contudo, isso não quer dizer que ela não ame os animais ou não se importe com o meio ambiente, ou ame e se importe menos do que aquela que possui maior facilidade para adquiri-los. Diante desse cenário, torna-se fundamental que as empresas se comprometam de maneira contínua com mudanças significativas em relação aos preços praticados, ampliar a distribuição a fim de atingir novas praças e investir na venda online ou venda direta, ou seja, através de revendedores. A pesquisa da Nielsen aponta que 55% dos entrevistados preferem ir direto ao local da loja para efetuar a compra e 21% preferem ir a lojas próximas de casa ou do trabalho. A adoção de uma abordagens proativas como essas com produtos que não tragam consigo malefícios para a natureza, se configura como um imperativo estratégico para aqueles que almejam um autêntico alinhamento com as crescentes tragédias ambientais e necessidade dos consumidores.

Abandonar os produtos de origem animal não apenas adere aos princípios de compaixão e sustentabilidade, mas também desempenha um papel significativo na preservação dos recursos hídricos, ao reduzirem o consumo de água na produção e reduzir o impacto ambiental associado à fabricação de produtos. Essa transição representa um passo considerável em direção a uma revolução na indústria e no compromisso com a pauta ESG. Não se trata apenas de uma mudança nos produtos, mas uma transformação integral na abordagem empresarial.

*Com uma experiência de mais de 25 anos na área de cosméticos, Cândido Espinheira é sócio fundador e CEO da Yes! Cosmetics e desde 1994 já trabalhava com distribuição de cosméticos. Formado em História pela Universidade Católica de Pernambuco, Cândido é empresário desde antes de abrir a própria empresa e para aprimorar sua gestão, já realizou diversos cursos na área contábil, fiscal, administração de empresas, gestão de pessoas, governança corporativa em empresas familiares e foi conselheiro de administração no IBGC.

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