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Bactérias em forma de creme: esse é novo cosmético para a pele perfeita

Os probióticos (as famosas bactérias do bem) ganharam o mercado de alimentos e suplementos e estão presentes em uma série de prescrições médicas e nutricionais. Mas outro ramo em que eles estão prontos para acelerar é o de cosméticos, uma tendência que vem sendo apontada mais recentemente. Segundo pesquisa da Research and Markets – relatório Global Probiotic Cosmetic Products Market 2019-2023, o mercado global de produtos cosméticos contendo os probióticos deve crescer 7% ao ano até 2023.

Segundo os analistas, o único grande desafio para os fabricantes é a questão do preço competitivo, já que os dermatologistas já aprovaram a importância desse tipo de tratamento. “Mais recentemente, temos observado formulações tópicas, na forma de sérum, ricas em probióticos, que auxiliam no tratamento da acne, rosácea, e dermatite atópica (pele hiper-reativa e sensível)”, comenta a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Mas a importância dessas bactérias vai além (e você vai entender porque quase todo mundo precisa deles nos cremes).

Como agem e por que os probióticos são tão bons para a pele?

Semelhante ao tratamento de probióticos via oral, que visam tratar e prevenir problemas no estômago, versões tópicas são conhecidas por seus efeitos calmantes sobre a pele, aproveitando uma onda de boas bactérias para ajudar as células a florescer.

De acordo com o dermatologista Jardis Volpe, diretor da Clínica Volpe (SP), a pele (maior órgão do nosso corpo), para se proteger das agressões ambientais, precisa se manter inalterada e um dos seus maiores aliados são os probióticos. “A microbiota cutânea controla a colonização de organismos potencialmente patogênicos, modula a resposta imune, função barreira da pele e é parte integrante da saúde da pele. Estudos indicam que alterações na microflora da pele desempenham um papel significativo em condições como dermatite atópica, psoríase, acne e câncer de pele”, explica o médico. Por isso, a aplicação de culturas bacterianas vivas se faz necessária, segundo Volpe.

Entrando mais especificamente no seu mecanismo de ação, o conteúdo das células de bactérias interage com os receptores celulares da pele para modular a resposta imune. “E isso realmente ajuda a aliviar a inflamação na pele”, afirma o dermatologista. “O ecossistema bacteriano natural da nossa pele tem um papel protetor muito importante”, continua Volpe. “E com nosso estilo de vida moderno, este ecossistema é muitas vezes danificado e pode resultar em pele seca, estressada e sensível. Trazer probióticos para a equação pode ajudar a reconstruir este ecossistema de pele saudável”, afirma o médico.

Algumas marcas internacionais de dermocosméticos já dispõem da novidade e o mercado farmacêutico brasileiro já está atento. A Buona Vita, por exemplo, lançou o sérum antiacne Prosec com um ativo de ação probiótica: o extrato lisado de Saccharomyces cerevisiae.

De acordo com Isabel Piatti, especialista em Estética e Cosmetologia, embaixadora do CIA — Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas, Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica – ABEC, o extrato lisado de Saccharomyces cerevisiae é um ingrediente probiótico que restabelece a barreira de proteção cutânea, sendo inclusive um importante complemento aos procedimentos em cabine. “Os pacientes sempre estão em busca de diferentes tipos de tratamentos, e muitas vezes em um curto intervalo de tempo; e esses procedimentos envolvem redução de barreira cutânea para melhorar a permeação de ativos, uso de ácidos e peelings mecânicos que podem causar lesão na pele, entre outros. Por isso é importante que o profissional de Saúde Estética sempre busque reestabelecer a barreira da pele para que o paciente tenha uma excelente recuperação e mantenha a pele íntegra para continuar o tratamento sem causar danos”, explica Isabel.

A especialista Isabel ainda afirma que os probióticos podem estar presentes em cremes anti-idade, colaborando para melhor eficácia: “Todas as funções essenciais para a classe de produtos anti-idade (como estímulo das fibras de sustentação e hidratação) são potencializadas, porque um produto com probiótico ainda melhora a proteção natural da pele, promovendo uma recuperação de barreira mais rápida, sendo praticamente um escudo contra agentes nocivos”.

Segundo a farmacêutica e diretora científica da Biotec Dermocosméticos, Mika Yamaguchi, o uso de probióticos e ativos que aumentem a imunidade da pele também é uma das novas abordagens para a diminuição da inflamação e também para restabelecer a função de barreira da pele, principalmente em pacientes que sofrem com stress — já que o problema libera mediadores pró-inflamatórios que “enfraquecem” a microbiota da pele e causa rugas precocemente. “Probióticos como PGT1, ativo desenvolvido em Mônaco, são importantes, pois conseguem manter o sistema imunológico cutâneo equilibrado. Ele fortalece e estimula a produção de novos peptídeos e de neurônios ligados à defesa da pele”, explica.

Devo incluir os probióticos na minha rotina skincare?

A resposta é sim. Se você tem pele sensível: Probióticos têm a habilidade inteligente de reconstruir e fortalecer a barreira da pele. A pele sensível demora um pouco mais para reparar-se após algum dano, mas incorporar probióticos em seu regime de cuidados da pele ajuda a acelerar o processo, explica Volpe. “Estudos com creme contendo a bactéria Streptococcus thermophiles em pacientes com pele seca e sensível demonstrou aumento significativo dos níveis de ceramida do estrato córneo, com melhora também da hidratação. Já o probiótico de Bifidobacterium longum melhorou a pele sensível após dois meses de tratamento”, argumenta o médico.

Sim, se você é morador de metrópoles e é exposto à poluição: Radicais livres provenientes da exposição à poluição têm a capacidade de acelerar o envelhecimento da pele, mas os probióticos podem aumentar a defesa natural da pele. “Os probióticos acalmam os disparadores inflamatórios naturais em sua pele que podem ser altamente estimulados pela poluição e pelo stress e reduzem o dano que estes disparadores causam ao colágeno e à elastina”, diz Mika. Eles são como um “avental” contra os agressores.

Sim, se você tem propensão a ter acne: “Probióticos tópicos e suas sínteses têm demonstrado ser eficientes no tratamento da acne. Verificou-se que um produto tópico contendo um extrato a 5% de Lactobacillus plantarum reduzia a vermelhidão, o tamanho da lesão da acne e melhorava a barreira cutânea em doentes com acne”, argumenta Volpe.

FONTES:

*Isabel Luiza Piatti – Especialista em Estética e Cosmetologia, embaixadora do CIA – Centro e Instituto Internacional de Aprimoramento e Pesquisas Científicas, Membro do Conselho Científico da Academia Brasileira de Estética Científica – ABEC. Profissional Aisthesis. Tecnóloga em Estética e Imagem Pessoal. Técnica em Estética. Pós-Graduanda em Estética e Exercício Físico na Saúde da Mulher. Especialista em Cosmetologia. Especialização em Escolas de Estética e Terapias Alternativas na Europa, na área Facial, Corporal e Bem-Estar. Palestrante no VI Congresso Mundial de Medicina Estética da IAAM/ASIME. Autora dos Livros “Biossegurança Estética & Imagem Pessoal – Formalização do Estabelecimento, Exigências da Vigilância Sanitária em Biossegurança” e “Gestantes: Cuidados Estéticos Durante a Gravidez”.

*Claudia Marçal — Dermatologista da Clínica de Dermatologia Espaço Cariz, com especialização pela Associação Médica Brasileira (AMB), membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e membro da American Academy of Dermatology (AAD), CME (Continuing Medical Education) na Harvard Medical School.

*Jardis Volpe — Dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). Formado pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Membro da Sociedade Americana de Laser, da SBD e da Academia Americana de Dermatologia; Pós-graduação em Dermatocosmiatria pela FMABC; Atualização em Laser pela Harvard Medical School. www.clinicavolpe.com.br

*Mika Yamaguchi — Farmacêutica pela faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP – Universidade de São Paulo, é também cosmetóloga e diretora científica da Biotec Dermocosméticos, empresa fornecedora matérias primas para cosméticos.

Fonte: Redação Bem Paraná com assessoria

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