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Sem crise: Brasil está entre os maiores mercados da beleza

Quarto maior mercado de beleza do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, da China e do Japão, o Brasil deve alcançar a terceira posição em 2018.

Crise! Desde que o cenário político brasileiro vive uma constante onda de escândalos, essa palavra tem feito parte da vida dos brasileiros. Na fila do banco, supermercado, na TV e nas conversas do almoço de domingo, a crise sempre entra na pauta. “Vivemos a crise diariamente quando vamos ao mercado, pra abastecer o carro… Realmente não tem sido fácil”, desabafa a dona de casa, Eleni Oliveira, que mesmo diante deste cenário, não abre mão de andar sempre com os cabelos bem arrumados e as unhas feitas. “Isso é o básico né?!”, afirma ela.

E não é só a Eleni que não abre mão de investir em cosméticos e serviços de beleza. Tanto é que nesta fase da economia, onde diversos setores têm sofrido queda no faturamento, essa área ainda tem motivos para comemorar, pois tem resistido as dificuldades. “O país enfrenta um período de recessão muito forte. O setor de cuidados pessoais e cosméticos é muito impactado por todo esse processo. Porém, caminha para o aumento do consumo e seu crescimento é capaz de alavancar a economia”, destaca a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) que aponta que o Brasil deve alcançar a terceira posição em mercado de beleza, em 2018, status já ocupado em anos anteriores.

Motivado pelo “boom” das blogueiras e digitais influencers, as marcas estão investindo pesado em novidades, tecnologias, divulgação e diversos atrativos. Que diga as consumidoras, para manter um visual alinhado e elegante, haja investimento.

De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), as vendas de artigos do gênero movimentaram R$ 13,81 bilhões nos últimos 12 meses até agosto, em comparação aos R$ 13,10 bilhões do período anterior – um incremento de 5,4%, mesmo sob o impacto da decisão natural do brasileiro de limitar sua compra a medicamentos e produtos de primeira necessidade em razão da crise.

De olho no mercado

Para a gestora Comercial da empresa mineira Bio Extratus, especializada em cosméticos, Lorena Mansur, o poder de compra da classe C tem favorecido o crescimento do setor que está entre os dez primeiros do varejo. Segundo ela, esse crescimento não é apenas mérito das mulheres. “O público masculino tem modificado seus hábitos e investido um pouco mais em produtos de beleza e feito com que o Brasil ocupe o 2º lugar neste nicho específico”, conta ela, que revela que as empresas estão atentas a essa nova demanda.

Só a Bio Extratus já criou várias linhas voltadas para eles e além do mercado nacional, exporta seus cosméticos para Estados Unidos, Portugal, Peru e Espanha e tem planejado ampliar esse leque no exterior. “Nosso objetivo é trabalhar com produtos de qualidade e preço acessível, buscando na relação com nossos parceiros comerciais ampliar a nossa participação no mercado, mantendo o compromisso social e com o meio ambiente”, afirma Lorena, que afirma que empreender é enxergar as oportunidades.

Empreendedorismo

O relatório da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2017/2018) aponta que somente no Brasil existem 49,3 milhões de empreendedores. Isso significa que 15,7 milhões de jovens estão atrás de informações para abrir um negócio.

Atentas as oportunidade do mercado, as mulheres representaram 20,7% de crescimento de novos negócios em relação a 19,9% de homens que abriram empresas com até três anos e meio de existência. “Hoje até as instituições financeiras já disponibilizam linhas de crédito específicas para o empreendedorismo feminino e isso nos mostra que o papel feminino nos negócios tem crescido e movimentado a economia, gerando renda e propondo práticas inovadoras e disruptivas de consumo”, destaca a presidente da CDL Jovem, Gabriela Moreira.

Vaidosa e apaixonada por maquiagem, a administradora Laine Landin resolveu ousar. Deixou a empresa onde trabalhou por quase dez anos, após o fim da licença maternidade do segundo filho, e abriu o próprio negócio. “Investi apenas mil reais em produtos de maquiagem e em uma semana vendi todo meu estoque”, conta ela, que não vê crise nesse segmento. “Mesmo que as mulheres consumam menos, nunca deixam de se cuidar. Compram nem que seja um batom”, conta ela, que já abriu uma empresa como microempreendedora individual e já tem até linha de crédito liberada no banco.

A empresa acabou de completar um ano e Laine já tem buscado orientação e consultoria para expandir o negócio. “Quero organizar um e-commerce para poder atender pessoas do mundo todo”, revela ela, que começou o negócio nas redes sociais e é onde mantém boa parte da clientela.

Aplicativo

O mercado da beleza tem chamado à atenção até dos grandes empreendedores. O brasileiro Tallis Gomes, eleito um dos jovens mais inovadores do mundo pela MIT Technology Review, publicação ligada ao MIT (Massachusetts Institute of Technology), fundou o Easy Taxi em 2011, resolveu deixar o comando da empresa para apostar no mundo da beleza. Criou o aplicativo Singu (vem da palavra “singular”) com a proposta de ser levar profissionais de beleza até os consumidores, por meio do agendamento online.

Em Goiás, os empresários Marcelo Calixto e Pedro Henrique Guedes lançaram o aplicativo TokBeauty (foto ao lado), que permite contratar serviços de beleza como cabeleireiro, pedicure e manicure, maquiagem, depilação, sobrancelha e até massagem. A diferença é que os profissionais todos atendem em casa. Em um ano e cinco meses diposnível, já são mais de 100 profissionais cadastrados e mais de 4 mil clientes. “Já temos planos de expandir o serviço para Brasília e São Paulo”, afirmam.

Dicas

Empreender é um ato de coragem, de acreditar nos sonhos e ter um olhar atento as oportunidades de mercado. Todavia, a presidente da CDL Jovem destaca a importância de pesquisar e buscar modelos inovadores e colaborativos de economia. “Entidades de jovens empresários também têm papel fundamental nesse processo inicial, pois temos o objetivo de propor soluções inovadoras para o comércio, seja através das boas práticas e vivência de outros empresários ou do networking que se faz essencial atualmente”.

Então, se você quer montar seu próprio negócio a dica de ouro é:  aventure-se a empreender e, acredite na sua ideia e corra atrás!

Fonte: https://diaonline.r7.com

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