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Haskell Cosmética amplia fábrica em Minas

Indústria pode produzir 1,5 milhão de quilos de massa de produtos para o cabelo por mês em Viçosa.

Bem-humorada, Ana Márcia Teixeira Sena, 55, costuma brincar que tem a sensação de estar na casa dos 20 anos devido ao pique infinito desde que começou a trabalhar como cabeleireira, em 1983, em Viçosa, na Zona da Mata, até atingir o patamar de sua marca Haskell, com capacidade para produzir 1,5 milhão de quilos de massa de produtos por mês. E haja pique e “haskell” – palavra do polonês que significa “a força de Deus” – escolhida por Ana Márcia para dar nome a sua empresa de cosmética natural.

Mas, até consolidar a carreira de industrial, Ana Márcia trabalhou durante 22 anos como cabeleireira e ainda passou por uma grande crise financeira quando resolveu diversificar, trabalhando com a distribuição de cosméticos. Mesmo assim, ela quis abrir o próprio negócio e criou a marca Haskell em 2000. “Éramos somente eu e mais duas pessoas. Eu ainda não tinha largado o salão e trabalhava nos fins de semana”, lembra.

Sem dinheiro suficiente para fazer os investimentos necessários, Ana Márcia até mesmo reutilizava caixas de papelão para fazer o embarque dos produtos. “Eu ia ao supermercado, pegava as caixas de papelão, virava do avesso (para encobrir as marcas) e colocava meus produtos ali. Até os quatro anos da empresa era assim: de cabeleireira a catadora de caixa. O povo não conseguia entender. Foi muita coragem, garra, muita fé, muita energia para a coisa dar certo”, recorda.

Expansão

Com um investimento mínimo de R$ 5.000 e, ainda, contando com uma ajuda da família no final do mês, Ana Márcia iniciou a Haskell num lote ao lado de sua casa, com autorização da Anvisa. “Aos poucos, crescemos para 1.800 m². Depois para 14 mil m² e agora chegamos a 25 mil m² de área construída. Essa foi a terceira expansão”, informa a empresária, referindo-se às obras que ficaram prontas em julho deste ano.

Ana Márcia evita falar em cifras: o investimento feito para aumentar a área construída da fábrica em Viçosa e o faturamento anual da empresa não costumam ser divulgados.

Mas o volume de produção é revelado. Da produção inicial de 200 kg de massa por mês para tratamento de cabelos, hoje são processados 500 mil kg de massa mensalmente.

Os três funcionários que iniciaram a trajetória da Haskell se multiplicaram para 220 empregados diretos. “Temos outros 60 distribuidores no Brasil, e os distribuidores têm cem pessoas trabalhando. No total, são 4.000 pessoas envolvidas no projeto”, calcula a executiva. Para ela, a equipe faz toda a diferença. “Tenho pessoas maravilhosas para trabalhar aqui, desde o pessoal de chão de fábrica até os de cargos mais altos”, informa.

Além da presença de 15 mil a 20 mil pontos de venda no Brasil, a Haskell também já exporta para oito países – Estados Unidos, Venezuela, Chile, Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica e Inglaterra. “Mas as exportações não representam nem 1% do faturamento. Lá fora eles gostam dos produtos brasileiros, ainda mais quando tem ativo natural”, festeja a empresária.

Criações

Com mais de 90 produtos entre xampus, condicionadores, máscaras e finalizadores, Ana Márcia credita o sucesso da Haskell às inúmeras inovações no mercado. Em 2002, a empresária criou um produto à base da folha de mandioca, e isso fez com que a Haskell crescesse muito. “Hoje são mais de cem indústrias que foram me copiando. Sou da roça, e aqui a Emater passa receitando a folha de mandioca, mostra o preparo como suplemento alimentar. Aí eu pensei: se era bom para comer, era bom para o cabelo também. Fui atrás, e criamos o extrato da folha de mandioca”, conta.

Outro marco da empresa e campeão de vendas da Haskell é a linha Cavalo Forte, criada em 2015. “Chegou a ser o xampu que mais vendeu no Brasil em 2017”, conta a empresária, baseada em estatísticas de lojistas e em pesquisas como as da consultoria Nielsen. A linha, à base de biotina, queratina e pantenol, dá brilho e crescimento aos cabelos. O produto faz alusão a um xampu usado em cavalos que estava fazendo sucesso entre as mulheres. “Fizemos um produto com ativos que o ser humano deve usar”, conclui.

Fonte: O Tempo

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