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Setor de beleza nacional: lucro da Natura dispara

Crescimento do mercado brasileiro de cosméticos e estratégia agressiva de aquisições levam a empresa a obter o melhor resultado de sua história. Houve avanço também no exterior.

Nenhum setor resistiu tanto à crise brasileira dos últimos anos quanto o de beleza. Por mais que a economia tenha perdido fôlego, as vendas de cosméticos permaneceram em alta. Para as empresas que dominam o setor, o mercado brasileiro foi – e continua sendo — uma máquina de fazer dinheiro.

Prova disso é o balanço trimestral da Natura, maior empresa de cosméticos do Brasil e quarta maior do mundo. No segundo trimestre, o lucro líquido da companhia cresceu 109,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 66,6 milhões. O resultado surpreendeu até analistas, que projetavam um avanço de R$ 61,6 milhões. “Todas as nossas três marcas (Natura, Aesop e The Body Shop) contribuíram para uma boa performance no trimestre”, afirmou a empresa no relatório de divulgação do balanço.

As receitas também subiram. No trimestre encerrado em junho, elas totalizaram R$ 3,4 bilhões, aproximadamente 10% acima do valor obtido um ano antes. Todos os indicadores melhoraram. A companhia fechou o semestre com dívida líquida de R$ 5,53 bilhões, ante R$ 5,71 bilhões um ano antes. Com isso, a relação de alavancagem, indicador importante para analistas de mercado, caiu de 3,3 vezes para 2,8 vezes. Não à toa, as ações da Natura acumulam valorização de cerca de 40% em 2019.

A performance positiva dos últimos anos encorajou a empresa a adotar uma política agressiva de aquisições. Quase dois anos depois de comprar a rede de lojas The Body Shop da L’Oreal em uma transação de 1 bilhão de euros, em maio a Natura fechou um acordo para adquirir a americana Avon, criando assim o quarto maior grupo de cosméticos do mundo. A previsão da empresa é concluir a transação no primeiro trimestre de 2020.

No balanço, a Natura informou despesas de R$ 72 milhões durante o primeiro semestre de 2019 relacionadas ao processo de compra da Avon. Uma parte expressiva desse valor, de R$ 55,6 milhões, foi desembolsada entre abril e junho.

O mercado reagiu bem. Analistas do BTG Pactual disseram que os resultados foram melhores do que o esperado, apesar de vários ajustes feitos pela empresa. “A melhoria sequencial no Brasil deve manter o bom momento da empresa, apesar de nossa cautela devido aos riscos relacionados à reviravolta da integração entre The Body Shop e Avon”, escreveram em relatório.

Questionado durante a teleconferência sobre a integração com a Avon, o presidente do conselho da Natura, Roberto Marques, disse que o processo deve ser concluído em março de 2020. “Não podemos comentar mais sobre o negócio neste estágio”, afirmou.

No mundo

A Natura não tem avançado apenas no mercado brasileiro. No cenário internacional, seu desempenho tem sido igualmente positivo. Até na imprevisível Argentina, sempre às voltas com turbulências políticas, a empresa registrou crescimento de volume e participação de mercado no segundo trimestre, apesar das margens mais baixas.

Na Ásia, a empresa tem planos ambiciosos. Em teleconferência para discutir resultados trimestrais, o presidente-executivo da companhia, João Paulo Ferreira, disse a analistas que a Natura planeja dobrar sua presença em mercados-chave, como Coreia do Sul e Japão.

O único problema na Ásia tem sido Hong Kong, onde a empresa tem 50 lojas que operam sob as marcas Aesop e The Body Shop. Os violentos protestos nos últimos dias no país, que resultaram em confrontos entre policiais e manifestantes, obrigaram a empresa a fechar as portas de alguns estabelecimentos, o que acabou por afetar as vendas.

Gigante

O mercado de cosméticos do Brasil é um dos maiores do mundo. No ano passado, movimentou R$ 110 bilhões — valor próximo ao PIB do Paraguai. Com a retomada da economia e o consequente aumento do consumo, a tendência é que números como esse avancem ainda mais.

Fonte: Correio Braziliense

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