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Pesquisas na área cosmética ganham cada vez mais espaço e ampliam mix de novos produtos no mercado

Hábitos de cuidado incorporados ao dia a dia do brasileiro geram investimentos em novas fórmulas que promovem beleza, saúde, bem-estar e autoestima

Gregos e romanos, egípcios e mesopotâmicos, cada povo a seu modo desenvolveu rituais de cuidados da beleza que ficaram na história. Mel, leite, óleos perfumados, pastas de farelos vegetais e tantas outras matérias-primas deram viço e luminosidade à cútis de soberanos e plebeus na antiguidade. Mas foi a partir do século 20, com estudos mais aprofundados sobre a fisiologia da pele e dos cabelos, que a indústria cosmética floresceu a ponto de responder, nos dias atuais, por uma fatia generosa da economia de grandes potências mundiais.

Mais especificamente no Brasil, a balança comercial do setor de beleza e higiene pessoal encerrou o primeiro semestre de 2022 com um superávit de US$ 32,3 milhões, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Desde 2010, é a primeira vez que isso ocorre. Para o segundo semestre, com a chegada das estações mais quentes do ano, a perspectiva é de que a comercialização de produtos de autocuidado cresça ainda mais.

Este bom desempenho nacional tem uma relação estreita com hábitos de cuidados com a pele, cada vez mais incorporados ao dia a dia. Exigente e ávido por novidades, o consumidor brasileiro movimenta não apenas o mercado, mas também as pesquisas para o desenvolvimento de produtos que promovam beleza, saúde, bem-estar e autoestima.

Em tempos de harmonização facial e técnicas não invasivas, a pele se tornou um case do cartão de visita atual. “Juntamente com isso, o que se observa é que os cuidados voltados à prevenção e à manutenção têm sido fundamentais para a maior durabilidade dos procedimentos”, ressalta Lucas Portilho, farmacêutico especialista em Ciências Médicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Responsável pela Consulfarma, empresa voltada ao desenvolvimento de fórmulas personalizadas, Portilho afirma que as pesquisas no segmento de estética ganham cada vez mais espaço e trazem um mix de novos produtos para o mercado. “O mercado personalizado da cosmética é um dos grandes responsáveis por este impulso, justamente por atender o que cada pessoa necessita para seu tratamento”, diz.

Com os cuidados em casa em alta, linhas de produtos skincare representam uma revolução no mercado. Embora sejam bastante conhecidos do consumidor, máscaras faciais, hidratantes, loções e filtros solares são desenvolvidos para necessidades específicas e para cada tipo de pele. “É possível, por exemplo, oferecer uma água termal riquíssima em oligoelementos, com altas concentrações de cálcio, ferro, lítio, manganês e potássio, capaz de reestruturar as camadas da pele, reduzindo o aspecto de envelhecimento”, destaca.

Produtos que promovam hidratação profunda também compõem o leque de desejos deste consumidor mais atento à beleza e à saúde. A partir desta exigência de mercado, o especialista desenvolveu um batom em filme, com efeito imediato na regeneração dos lábios.

O mercado mencare é outro setor que vem merecendo a atenção dos pesquisadores cosméticos. Segundo a Associação Brasileira de Produtos de Higiene e Limpeza e Afins (Abisa), a venda de produtos de higiene e cuidados pessoais masculinos deve crescer 30,8%, gerando uma receita de R$ 25,8 bilhões no Brasil, o que colocaria o país como segundo maior mercado consumidor do segmento no mundo. “Para além do creme e da loção pós-barba, muitos outros produtos vêm sendo desenvolvidos”, lembra Portilho. O especialista destaca, por exemplo, uma solução bifásica que combina finasterida e minoxidil para tratar a queda de cabelo e promover o crescimento de novos fios.

Como propósito de beleza sustentável, livre de ingredientes artificiais e alinhada com a conservação do meio ambiente, o segmento clean beauty também agrega cada vez mais usuários. Levantamento realizado pela Nielsen destaca que 40,2% dos consumidores de produtos de beleza preferem ingredientes naturais. O respeito ao meio ambiente é importante para 17,6% dos entrevistados. Destes, 7,9% usam produtos reutilizáveis e 15,8%, embalagens recicláveis.

“Começando pelo cuidado com a procedência das matérias-primas, as pesquisas cosméticas vêm evoluindo de maneira excepcional”, afirma Lucas Portilho. “Com toda a tecnologia que dispomos para elaborar novos produtos, esperamos que cada vez mais pessoas possam agregar hábitos de cuidados e saúde no dia a dia”, completa.

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