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Mulheres muçulmanas estão entre as maiores consumidoras de beleza do mundo

“Buscamos discrição no modo de se vestir e de se maquiar, mas gostamos de brilho e de detalhes que fazem a diferença” – influencer muçulmana de moda, beleza e maquiagem, Mag Halat

São Paulo, julho de 2021 – As mulheres muçulmanas cuidam muito do corpo e também estão atentas ao universo da maquiagem. Embora prezem pela modéstia, gostam de produtos com brilho e detalhes preciosos. O que muitos ainda talvez não saibam é que estas mulheres só consomem produtos halal. Mas afinal, o que é halal?

A palavra Halal em árabe significa lícito, permitido para consumo. Ou seja: respeita a jurisprudência islâmica, que proíbe, principalmente, ingredientes de procedência suína ou produtos de origem animal que não possuam certificação halal. Os muçulmanos, que hoje estão em torno de 1,8 bilhão no mundo, apenas consomem produtos halal que atestam boa procedência, incluindo os cosméticos.

De acordo com últimos dados do site Statista, em 2019, a Índia era o principal mercado muçulmano de consumo de cosméticos, com despesas avaliadas em cerca de seis bilhões de dólares, seguida pela Indonésia. O mercado mundial do setor está avaliado em US$ 76 bilhões.

Sem dúvidas, é um mercado em ascensão e muito rentável. Todavia, é preciso que marcas e empresas estejam atentas ao estilo de vida das muçulmanas. Apesar de se vestirem modestamente, os consumidores muçulmanos gostam de coisas boas. “Queremos sempre estar bem vestidas e apresentáveis. Não usamos nada que possa comprometer nossa integridade, mas gostamos de tudo que valorize nosso bem-estar de acordo com lei islâmica. Buscamos sempre o luxo discreto com feminilidade refinada e enfeites marcantes, ou seja, produtos de boa qualidade e de boa procedência”, ressalta a influencer de beleza, moda e maquiagem, Mag Halat.

E a busca por produtos premium não é somente uma exigência de mulheres mais maduras. As jovens estão ligadíssimas neste mercado e passam horas assistindo vídeos para aprenderem a se maquiar e comprar produtos que atendam às suas necessidades, ou seja, maquiagem “permeável, desde batons, delineadores, paletas de sombras, base, pó para o rosto, esmaltes não tóxicos e respiráveis, perfumes, hidrantes, antienvelhecimento e de higiene pessoal, entre outros.

Afinal, quais os ingredientes que são proibidos na fabricação de produtos de beleza halal?

Produtos de maquiagem, cosméticos e cuidados pessoais certificados halal devem ser livres de suínos, carnívoros ou ingredientes à base de sangue, derivados de animais que não foram abatidos de acordo com o abate halal.

Veja alguns outros ingredientes proibidos e as exceções:

– É importante entender que qualquer derivado suíno é terminantemente proibido para o consumo muçulmano.

– Queratina – encontrada principalmente em produtos para cabelo. A queratina é uma proteína natural frequentemente derivada de animais. Da forma que é extraída normalmente, o consumo não é permitido. Agora, se o bovino for abatido de forma halal, a queratina pass a ser permitida.

-Carmine – O “carmim” muitas vezes é utilizado na produção dos batons e extraído do besouro.

– Ácido oleico – encontrado em vários cremes cosméticos, sabonetes e pastas. É um agente de limpeza e intensificador de textura. É feito de ácidos graxos geralmente derivados de animais. Se o animal for abatido de forma halal, o ácido oleico é permitido.

– Gelatina e colágeno – normalmente é produzida através da fervura da pele, cartilagem e ossos de animais, incluindo pele de porco, chifres e ossos de gado. Exceção – se a fonte, neste caso o bovino, for abatido licitamente, ou seja, de forma halal, a gelatina e o colágeno podem ser utilizados na fabricação dos produtos.

– Os solventes usados no processo de extração e dissolução não devem ser provenientes de animais. Os filtros para purificação da água e meios de crescimento para microorganismos devem ser livres de animais não halal.

– Em algumas fabricações são utilizadas placentas humanas. Neste caso, para os muçulmanos não é permitido o uso. Considerado ilícito para consumo.

Geralmente, os ingredientes halal são procedentes de plantas, organismos aquáticos, minerais, microorganismos que não apresentam um efeito potencialmente prejudicial ao corpo humano.

A certificação halal garante que não somente a verificação dos ingredientes, mas todos os processos de fabricação, armazenamento, embalagem e logística que devem estar de acordo com a jurisprudência islâmica. “É importante ater-se a alguns detalhes. Por exemplo, caso a empresa opte por rostos de mulheres em suas embalagens, prefira as que utilizam hijab (véu). Imagens explícitas não são permitidas”, comenta o gerente de Relações Internacionais da Cdial Halal, Omar Chahine.

Para as indústrias brasileiras que desejam ampliar suas exportações, a certificação halal é a única forma de ingressar nos países muçulmanos. “Os países muçulmanos em geral, incluindo, países árabes, aceitam a importação de produtos brasileiros somente com a certificação halal. Aliás, não somente a comunidade muçulmana, temos vários países que já estão em busca desta certificação por ser reconhecida como selo de qualidade, por garantir um produto extremamente seguro para consumo e de boa procedência”, ressalta Chahine.

Algumas empresas brasileiras estão de olho nesse mercado que cresce a cada ano, como é o caso da Adélia Mendonça Cosmiatria. “Nosso processo técnico iniciou em 2020 e em abril deste mesmo ano, 80% dos produtos cosméticos fabricados em nossa empresa recebeu a certificação halal. Em junho de 2021, tivemos a extensão da certificação concedida para 100% da linha”, comenta a proprietária Adélia Mendonça, empresa que leva seu nome.

De acordo com Joielle Mendonça, farmacêutica industrial responsável pela Adélia Mendonça, a empresa passou por três inspeções, auditorias, inclusive em conjunto com a Tunísia e Arábia Saudita. “Nosso objetivo era ajustar toda a instalação fabril da marca para atender a totalidade dos preceitos exigidos pelas normativas halal, atestando assim, todo um processo produtivo adequado e seguro, matérias-primas e embalagens condizentes à seriedade desta certificação”, complementa Joielle.

Atualmente a Adélia Mendonça Cosmiatria produz e revende cosmecêuticos, mais conhecidos como produtos dermocorretivos do segmento de estética: séruns, cremes, loções, fotoprotetores, entre outros. “Nossos tratamentos estéticos têm atuação contra rugas, hipercromias (manchas), acne e hidratação, alopecia (queda capilar), estética coporal (estrias, celulite, flacidez e gordura localizada) e estética íntima, sempre preconizando um produto cosmético de composição diferenciada e atualizada com as maiores tendências mundiais em termos de tecnologia.

De acordo com Adélia, seu objetivo é expandir fronteiras e trabalhar mundialmente. “Vamos buscar parceiros comerciais e de distribuição, abrindo franquias e clínicas”, finaliza.

Veja a live da @cdialhalal (Instagram) com a Mag e com Joielle Mendonça, realizada no último dia 9 de julho.

Cdial Halal

Uma das maiores e mais importantes certificadoras halal do Brasil. É a única certificadora da América Latina acreditada pelos principais órgãos oficiais dos Emirados Árabes (EIAC) e do Golfo (GAC), o que confere seriedade e competência nos segmentos que atua. A Cdial Halal é a primeira certificadora da América Latina a conquistar a categoria “N” para cosméticos e fármacos. Esta certificação é aceita em todo o mundo, inclusive nos países de maior população muçulmana como Malásia, Indonésia, Singapura, Golfo Pérsico (ou Golfo Árabe), entre outros.

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