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Conheça o cosmético criado com azeite libanês

O azeite produzido no Líbano é a matéria-prima para a confecção de uma linha cosméticos em Minas Gerais. O carro-chefe da marca Olisoft é o sabão à base de azeite, criado por Gabriel Tarquinio Bertozzi.

Inovadora no Brasil, a marca brasileira é inspirada na tradição árabe em produzir cosméticos com azeite. “No Mediterrâneo, fazer sabão com azeite faz parte da cultura. Eu resgatei isso, que para eles é uma coisa cotidiana, e fiz um refinamento. Fiz uma loja só disso, fui pioneiro aqui por isso”, diz. A matéria é de Thais Sousa, para a Anba – Agência de Notícias Brasil-Árabe.

O brasileiro é agrônomo e há 18 anos (matéria é de novembro 2020) vem trabalhando e difundindo o cultivo da oliveira na região de Poços de Caldas, onde nasceu e hoje tem as lojas da marca. Antes disso, ele trabalhava na agronomia mais voltada a paisagismo. Até que fez uma viagem para a Itália, na região do sul, no ‘salto da bota’, e lá foi ter esse conhecimento. Depois disso, ele trouxe mudas da Espanha para disseminar a cultura aqui, viajou ao Chile para conhecer a produção lá e não parou mais.

O azeite utilizado nas receitas mineiras é o produzido pela marca Al Badawi, do libanês Charbel Naim Barakat. “Como estou muito envolvido com o tema das oliveiras, acabei conhecendo o Charbel e a família dele tem produção há 60 anos. Ele está focando na importação, e é o fornecedor do azeite que utilizo hoje”, explica Bertozzi.

A marca hoje possui duas lojas na cidade sul mineira, que é conhecida por suas águas terminas e tem no turismo a principal fonte de renda. É em seu primeiro ponto de venda, no Mercadão central da cidade, que a Olisoft produz os sabões.

“A ideia é mostrar para os turistas nossos processos. Atualmente é bem artesanal, mas também pretendo ter um novo local maior para a produção em breve”, conta o empreendedor que, embora utilize o produto libanês há um ano, criou a empresa há cinco anos e tem visto crescer o público entre os turistas.

A segunda loja da marca fica dentro das Thermas da cidade, onde visitantes podem tomar banho com as águas sulfurosas, além de fazer diversas outras atividades e ter acesso a produtos produzidos ali. Com a presença na estância termal, a marca expandiu seu portfólio e agregou elementos naturais.

“Temos um sabão que leva também água sulfurosa, batizei de Olea Sulfurosa”, explica o agrônomo sobre o produto que mistura a ‘olea europaea’, o nome científico da oliveira, com as águas sulforosas da estância termal mineira. A marca tem também cremes e máscaras faciais, uma linha de sabão com variações que misturam o produto com bambu, argilas e folhas de oliveira, e até pó de rocha do planalto. O azeite em si também é vendido nas lojas.

Azeite libanês

Se o cultivo de oliveira em terras brasileiras é relativamente novo, a planta é cultivada há cerca de 5.000 anos no Mediterrâneo Oriental e Ásia Menor. Países da região, como o Líbano, têm tradição na produção e para Bertozzi o cultivo e as variedades locais tornam o azeite libanês raro.

“Lá eles têm essa cultura implantada à vida deles. E variedades da planta como a Sourani, que é específica da região. Culturalmente, eles gostam do azeite não filtrado e que tem qualidade, lógico”, explica o agrônomo.

Para chegar à qualidade citada por ele, a azeitona passa por etapas que vão desde a lavoura até processos industriais para extrair o azeite das olivas. O cultivo, que resulta no azeite premium da Al Badawi, é feito no Norte do Líbano pela família de Charbel Naim Barakat.

“É uma produção artesanal. Nosso azeite é prensado à frio no moinho de pedra, passa por todo um processo de separação e seleção. Mantemos a tradição porque nossa clientela toda pede por esse tipo de azeite”.

Há 29 anos no Brasil, o libanês conta que há três anos passou exportar para cá o produto artesanal de seu país natal. Barakat conta que além da produção, eles também são responsáveis pelos processos industriais que ocorrem no próprio Líbano.

“Nosso azeite não é filtrado. Isso é uma tradição na região e torna o produto mais natural”, explicou ele.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe

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