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Opinião

Ainda dá tempo de cuidar da pele antes do verão

Dermatologista fala sobre alguns tratamentos que podem ser feitos esta época do ano. Leia Mais »

Saiba como melhorar a relação entre cliente e fornecedor na cadeia de suprimentos com cinco dicas básicas

*Por Daniela Coelho. Leia Mais »

Microagulhamento associado à dermocosmética hipoalergênica

Nos dias de hoje, a Indução Percutânea de colágeno tem sido associada à utilização de dermocosméticos, com o objetivo de melhora dos resultados. Desta forma, é possível veicular diversos ativos, para a finalidade de tratamento cosmético desejada. Entretanto, como a técnica provoca “microperfurações” na pele, precisamos cuidar da segurança do procedimento, já que ocorre maior permeação dos ativos. É imprescindível o uso de dermocosméticos que sejam hipoalergênicos e dermatologicamente testados.

A Indução Percutânea de Colágeno com Micro Agulhas é uma técnica voltada para o tratamento de rugas, linhas de expressão, cicatrizes, estrias, queda capilar e funciona bem também para fototipos mais altos segundo a escala de Fitzpatrick, como peles morenas a negras, pelo menor risco de causar manchas.

A indução percutânea de colágeno é realizada com microagulhas (roller ou dermógrafo) ou então com um dermopunturador.

A Micropuntura é uma técnica que consiste na estimulação mecânica com dermógrafo (ou roller) que possui uma pontinha de agulha descartável q vai estimular a região tratada para provocar uma leve inflamação com a ajuda dos ativos apropriados para cada tipo de pele que vai ativar a produção de colágeno e elastina. Ao defender-se do processo evasivo a pele trabalha intensamente para regenerar-se produzir novos tecidos que irão preencher a área desgastada com novas células já diferentes do aspecto desgastado anterior.

O Dermógrafo possui uma caneta na qual acoplamos microagulhas finas, descartáveis. Neste caso, apenas a microagulha deve ser descartada a cada uso, sendo o dermógrafo utilizado para vários clientes, devidamente higienizado.

O Roller é um rolo que possui agulhas muito finas, de diferentes tamanhos, posicionadas de forma simétrica em fileiras. É de uso individual e deve ser descartado a cada sessão.

Esta técnica requer treinamento e habilidade técnica e exige conhecimentos em cosmetologia-estética.

A aplicação deve ser feita de 5 a 10 vezes em cada sentido, formando um asterisco, conforme indicado abaixo. Não deve ser trocado o sentido com a agulha na pele, pois pode causar arranhões e lesões desnecessárias .

O roller ou dermógrafo com a caneta deve ser passado em várias direções e sentidos, produzindo inúmeras microperfurações na pele.

Forma de ação do microagulhamento: sua ação é mecânica, por perfuração, sem remoção da epiderme como nos peelings;

Quanto à pressão: na fronte e nariz a pressão deve ser minimizada, pois são áreas de pouca densidade muscular. Na região dos olhos, a pressão deve ser ainda menor, do contrário as agulhas podem levantar a pele, causando ruptura e cortes. Em outras áreas a pressão pode ser aumentada. É de extrema importância ajustar sempre evitando lesões desnecessárias e respeitando o limiar de dor do cliente.

O processo cicatricial é de imensa importância, assim como a aplicação correta.

Durante o processo cicatricial, há três períodos importantes:

  • Injúria ou inflamatória: os sinais dessa fase são – edema, vermelhidão, dor, calor e perda de função; Migração das células de defesa para o local da lesão. Ativação dos macrófagos; Esta fase vai do 1º ao 6º dia.
  • Proliferativa ou regenerativa: esta fase vai do 3º ao 20º dia; É caracterizada pela proliferação de colágeno; Fibroblasto produz muito colágeno tipo 1 e tipo 3 para a cicatrização;
  • Maturação ou remodelagem: inicia no 9º dia até 6 meses; É a última fase do processo de cicatrização. A densidade celular e a vascularização da “ferida” diminuem, enquanto há a maturação das fibras colágenas. Ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse período, a cicatriz vai progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao rosa claro.

Os fatores que interferem na cicatrização são:

Calor;

Frio (pode ocorrer hipóxia, baixa de oxigênio);

Infecções diversas;

Hematomas;

Higienização mal feita;

Tabagismo;

Medicamentos (anticoagulantes, antiinflamatórios, entre outros);

Doenças associadas (cardiopatias, diabetes, hipertensão).

DERMOPUNTURA

Partindo do principio de outras técnicas de indução percutânea de colágeno , foi desenvolvida a técnica de dermopuntura , pensando na cliente que por algum motivo não gosta ou não pode usar agulhas. A dermopuntura é realizada com uma haste de polipropileno chamado dermopunturador. Ela é uma técnica menos invasiva o que faz ela ser mais segura, e assim também atinge um numero maior de clientes ou seja custo beneficio perfeito.

Há 3 técnicas para a aplicação da dermopuntura: PUNTURAÇÃO; ESCARIFICAÇÃO e CHEVRON, que são trabalhadas individualmente ou em conjunto.

As indicações para a aplicação da técnica de Dermopuntura são:

  • Melhora da textura e flacidez – Aumenta a elasticidade da pele e promove efeito Lifting ;
  • Correção de cicatrizes;
  • Estrias – Proporciona firmeza nas regiões trabalhadas e diminui o tamanho e profundidade das estrias;
  • Alopecias não cicatriciais – Estímulo do folículo piloso – ação antiqueda;
  • Melasma – melhora a uniformidade do tom da pele e reduz a hiperpigmentação desordenada;
  • Atenuação de rugas e linhas de expressão – Reduz as linhas de expressão e diminui a aparência enrugada e flácida das pálpebra.

É de extrema importância atentar às CONTRA-INDICAÇÕES:

  • Alterações vasculares periféricas;
  • Portadores de Síndromes metabólicas  como Diabetes;
  • Rosácea ativa;
  • Acne ativa;
  • Herpes ativa;
  • Pele sensível – alergias cutâneas;
  • Tumores;
  • Uso de Roacutan,  Corticóides e Anti-inflamatórios recente;
  • Quelóide ou predisposição;
  • Exposição solar demasiada recente;
  • Peeling com ácidos em percentual muito elevado (peelings médicos);

Antes da realização da Micropuntura e Dermopuntura, é essencial realizar uma anamnese bastante detalhada, assim como orientar os CUIDADOS PÓS-TRATAMENTO, pois a impossibilidade de seguir algum deles pode inviabilizar a aplicação da técnica momentaneamente:

  • Não esfoliar a pele após a aplicação da técnica;
  • Não utilizar maquiagem por 24 horas;
  • Evitar exposição ao sol nos dias após o tratamento;
  • Evitar piscinas e saunas;
  • Utilização de Filtro Solar – em geral após 24 horas – analisar caso a caso;
  • Não aplicar nada sem o conhecimento do profissional que realizou o procedimento;
  • Beber bastante água;
  • Uso de antiinflamatórios nos dias seguintes à aplicação da técnica.

Conclusão: o uso das técnicas de micropuntura e dermopuntura está cada vez mais frequente, pois oferecem resultados de extrema eficácia, principalmente, quando associadas ao uso de dermocosméticos de alta segurança e eficácia, sempre hipoalergênicos e dermatologicamente testados.

Fonte: VitaDerm 

Indústria 4.0, ‘Digitização’, Internet das Coisas e a 4ª Revolução Industrial

Por Jair Calixto*

Recentemente temos visto proliferar uma quantidade grande de artigos e matérias, em revistas técnicas especializadas e na internet, a respeito de temas ligados à tecnologia da informação e, alguns destes termos têm chamado a atenção pela novidade e ineditismo, como Indústria 4.0, Digitização, Internet das Coisas e 4ª Revolução Industrial.

Mas o que significam estes termos e o que eles têm a ver com a indústria farmacêutica? Qual o ineditismo disso?
Em primeiro lugar temos que buscar as definições de cada um deles para, posteriormente, situá-los no contexto das atividades industriais e na nossa vida cotidiana.

Comecemos com Internet das Coisas (IoT). Segundo o conhecimento difundido atualmente, é o emprego da internet como plataforma de inter­câmbio de informações, permitindo a comunicação entre um número ilimitado de dispositivos, dando origem ao que se convencionou chamar Internet das Coisas, ou IoT, na sigla em inglês. Em resumo é a incorporação de serviços digitais nos produtos (Product Service Systems).

Uma outra definição encontrada no Wikipedia*, diz o seguinte: Internet das Coisas (do inglês, Internet of Things) é uma revolução tecnológica a fim de conectar aparelhos eletrônicos do dia-a-dia, como aparelhos eletrodomésticos a máquinas industriais e meios de transporte à Internet, cujo desenvolvimento depende da inovação técnica dinâmica em campos tão importantes como os sensores wireless e a nanotecnologia.

*Conforme apresentado em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Internet_das_Coisas.

Indústria 4.0 é a incorporação, em alta velocidade, da digitalização às atividades industriais, automatizando tarefas e serviços, antes realizados manualmente.  O controle da produção ocorre com o uso de sensores e equipamentos conectados em rede e com o uso de sistemas. É a 4ª Revolução Industrial.

Digitização**. Você não está lendo uma palavra digitada erroneamente. Não é digitação, mas di-gi-ti-za-ção. São serviços que tiram partido do contexto, da rede e dos dados para darem resposta rápida às necessidades dos consumidores. Uber, Hyp, Airbnb, Crowdmed, Coursera, Peadpod são alguns dos exemplos da digitização em curso.

** Conforme apresentado na seguinte referência: http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/internet/2015-06-10-Digitizacao-vem-ai-um-admiravel-mundo-novo.-Outra-vez.

A digitização é a consequência imediata da Internet das Coisas, convertendo na virtualização de muitos dos serviços e atividades providas atualmente em meio físico.

Esta nova visão das tecnologias disponíveis no mundo atual prevê a integração entre:

– sistemas com qualquer máquina/equipamento (“coisas”),

– sistemas com as pessoas e

– sistemas com outros sistemas.

É uma integração de processos, sistemas, dados e pessoas. Neste modelo as pessoas possuem mais poder de decisão sobre a utilização de determinados serviços. É quase que uma apropriação da atividade exercida por terceiros. Conclui-se, obviamente, que os processos e atividades não automáticos serão automatizados também e de maneira muito veloz!

O que se convencionou chamar de Internet das coisas é a conexão de sistemas de tecnologias digitais com aparelhos, máquinas e equipamentos ligados à internet.

O benefício desta concepção é a automatização e digitização de processos e atividades, provendo-os de agilidade e velocidade na apresentação de resultados.

Figura 1 – Integração entre “coisas”, sistemas, pessoas.

Aplicações

Quais são as aplicações destas “novidades” no mundo real?

Sempre que uma ideia inovadora é posta em discussão, logo surgem as descrenças e dúvidas. Mas as pessoas demoram a perceber o avanço das tecnologias extremamente inovadoras. Quando elas desapontam, causam espanto generalizado. O gráfico abaixo mostra o ciclo de aplicação de uma nova tecnologia e sua percepção/adoção pelas pessoas.

 

Gráfico 1- Percepção das pessoas em relação à entrada de uma nova tecnologia. Ref.: Gustavo Caetano⁵

Sempre quando uma tecnologia extremamente inovadora aparece, permeiam as discussões o questionamento da real aplicabilidade destes conceitos novos para a realidade das empresas e isto é natural, pois ninguém quer ter seu status quo, sua rotina ou área de conforto, alterados. A mudança assusta as pessoas. Porém, algumas dessas inovações já são concretas (estão em acelerado processo de implantação), já estão desenvolvidas ou estão em franco desenvolvimento. São exemplos desta nova realidade:

– Os Softwares-Aplicativos, que tendem a acelerar sua utilização,

– A Inteligência Artificial,

– Os Veículos Autônomos – já em testes,

– Os Veículos Elétricos – já em uso,

– Alta Tecnologia Digital em Equipamentos Médicos – já em testes,

– Impressora 3D – já em uso e com potencial de aperfeiçoamento acelerado.

A IoT e a digitização em massa devem ser os conceitos centrais da nova revolução industrial, a Indústria 4.0. Sua base é conectar os equipamentos, máquinas, objetos, sistemas, dados e pessoas, integrando-os em uma rede, cuja finalidade é aperfeiçoar e acelerar serviços e atividades, proporcionando:

  •   maior velocidade na realização de tarefas,
  •   maior confiabilidade,
  •   maior agilidade na troca de informações,
  •   maior conhecimento do processo,
  •   maior capacidade de realização de tarefas,
  •   execução de tarefas complexas e demoradas,
  •   substituição de trabalhos manuais,
  •   maior segurança,
  •   aumento da produtividade,
  •   processos mais enxutos,
  •   substituição de processo custosos e demorados e
  •   oferta de produtos mais baratos.

Um dos exemplos dessas aplicações, mencionadas acima, é o projeto DHL/CISCO³, onde as empilhadeiras, as caixas de produtos, esteiras, máquinas e sistemas de controle de temperatura estão conectados fornecendo informações sobre segurança, qualidade, ambiente (temperatura e umidade), operação e movimentação dentro do armazém.

Figura 2- Integração dos meios de produção; conexão entre os equipamentos, máquinas, objetos, sistemas, dados e pessoas, integrando-os em uma rede de informações e dados.

Neste novo cenário, é de se prever que, tarefas repetitivas e que não incorporam valor ao trabalho e ao negócio da empresa tendem a ser substituídas, dando lugar à automatização de processos e atividades.

Assim, os softwares, bem como os aplicativos, cuja utilização está em expansão, desempenham um papel crucial e seu desenvolvimento acelerado evoluirá para campos onde nunca se pensou que estes sistemas poderiam atuar. Mas não é apenas isso. Para completar este modelo de desenvolvimento da chamada Indústria 4.0, são necessários sensores, de todos os tipos e para todas as aplicações. Aqui está o foco desta inovação: sensores.

Com o desenvolvimento de sensores para as mais diversas aplicações, é possível pensarmos em qualquer sistema, para qualquer processo, serviço ou atividade. Um exemplo disso é o software da IBM chamado WATSON, que é capaz de análises jurídicas com grande precisão.

Mas por que os sensores são tão importantes? Por que eles representam a tecnologia de aquisição de dados que os sistemas utilizarão para desempenhar seu papel nos mais diversos campos do conhecimento.

Como exemplo, podemos citar um avanço dos equipamentos médicos:

Atualmente, para se avaliar os parâmetros sanguíneos de uma pessoa, deve-se:

(1)   Agendar com o laboratório clínico;

(2)   Ir ao laboratório na data marcada;

(3)   Ser submetido à coleta de sangue;

(4)   Fazer análise, com testes específicos, deste sangue, para cada parâmetro que se quer (Glicose, colesterol, ácido úrico, triglicérides, etc.).

(5)   Aguardar alguns dias;

(6)   Buscar o resultado ou conseguir pela internet;

(7)   Levar ao médico na próxima consulta e obter o diagnóstico.

Quanto tempo terá se passado até que o paciente saiba do diagnóstico médico? Vinte dias, trinta dias? Por volta disso.

Agora imagine o seguinte:

Um equipamento com sensores nanotecnológicos colocados em pontos específicos do corpo, sobre a pele, que analisa o sangue e emite o resultado em questão de minutos, no próprio consultório médico.

Imagine a diferença de tempo!

Alguns produtos básicos já são conhecidos, como as pulseiras Fitbit, Microsoft Band, Nike FuelBand. O uso na saúde é uma das milhares de aplicações possíveis da IoT!

Indústria Farmacêutica

E quais as perspectivas de utilização deste conceito na indústria farmacêutica? Podemos sonhar com algo assim? Minha resposta é: com certeza! Nenhum setor industrial estará fora deste circuito. Em muitas atividades, dentro da área industrial, será possível identificar uma potencial mudança evolutiva e uma aplicação digital, conforme já falamos anteriormente. Podemos iniciar pela área fabril, mais precisamente na produção:

(1)  PAT. Os avanços do process analytical technology ainda caminham timidamente, muito por conta da insegurança e do status quo existente. Mas os conceitos do PAT têm um forte potencial de aplicabilidade na indústria farmacêutica. Ele é o exemplo mais claro e concreto com possibilidade de uso do IoT na indústria farmacêutica. Ele prevê a transferência de análises de Controle de Qualidade para as linhas de produção, online/inline, por meio de equipamentos analisadores adequados. O mais comum deles atualmente é o NIR (Infravermelho próximo). Com o PAT, a economia de tempo de processo será bastante significativa. Análises de teor, pH, testes de identificação, umidade, poderão ser realizados no momento em que a produção ocorre, de modo que o produto poderá ser liberado imediatamente após sua finalização na linha de embalagem. Estas informações poderão ser coletadas por um sistema central, armazenando as informações diretamente na pasta do produto. Como os custos de produção diminuirão, consequentemente, os preços dos medicamentos tenderão a baixar, beneficiando toda a sociedade.

Figura 3 – Simulação da aplicação do PAT em linha de produção.

(2)  MES. Atualmente é utilizado o Manufacturing Execution Systems, termo usado para designar os sistemas focados no gerenciamento das atividades de produção e que estabelecem uma ligação direta entre o planejamento de produção (ERP) e o chão de fábrica. Os sistemas MES geram informações em tempo real que promovem a otimização de todas as etapas da produção. O MES pode importar dados de um sistema ERP, parâmetros para a produção, armazenar tempos de operação (por operador), tempos de máquinas, componentes usados, material desperdiçado, pode armazenar dados de qualidade (inspeções, check lists e não conformidades), análise de métricas e desempenho da produção, controle estatístico do processo (CEP) e de indicadores de capacidade (Cp, Cpk), entre outras atividades. Assim, os equipamentos do PAT podem estar conectados ao MES, fornecendo uma gama infindável de informações. Por sua vez, o MES poderá estar conectado a um sistema central – Big Data Analytics-, concentrando todas as informações de cada produto, de modo a gerenciar sua aprovação e liberação para distribuição ao mercado e outras decisões gerenciais.

(3) Dados de Controle de Qualidade.  Dados obtidos de softwares específicos do Controle de Qualidade e da Garantia da Qualidade, por exemplo o LIMS, poderão ser transferidos para um Sistema Central (Big Data Analytics) que avaliará os dados e gerenciará a aprovação e liberação do produto para comercialização.

(4)  Tecnologias de Controle de Qualidade. O desenvolvimento nesta área tende a ser exponencial nos próximos. Em que pese a necessidade de controle regulatório, entendo que, muitas das tecnologias evoluirão para propiciar análises em tempo real, com menor consumo de reagentes, mão de obra, recursos em geral, reduzindo o lead-time de produção e os estoques de materiais, bem como outros sistemas que podem ser desenvolvidos para automatizar processos e atividades manuais desempenhadas no controle de qualidade e garantia de qualidade atualmente, como, por exemplo, investigação de desvios, controle de mudanças, análise de riscos, auditorias, validações, entre outras atividades manuais. Todas estas atividades poderão se integrar em um sistema central, conforme já mencionado anteriormente, acelerando o processo de tomada de decisão e fortalecendo a segurança da qualidade.

Conclusões

O tema é ainda bastante complexo de entender, mas com as aplicações sendo postas ao público e às empresas, a compreensão das pessoas sobre o que é Internet das Coisas se tornará cada vez mais clara em um futuro muito breve. Sua aplicação e uso, na indústria farmacêutica é, a meu ver, muito desejável, pois a indústria farmacêutica tem baixo grau de inovação e automação quando comparada a outros setores da economia.

Os avanços que poderão ser incrementados ao setor farão a indústria mudar de patamar em termos de produtividade e qualidade de serviços, adquirindo um nível tecnológico bastante expressivo, aumentando a segurança dos processos, reduzindo lead-times, aumentando a produtividade, aumentando a segurança para o paciente e, o melhor de tudo, reduzindo preços de medicamentos.

Referências

As referências abaixo foram utilizadas como base para a redação deste artigo.

1 Udo Gollub. A 4ª Revolução Industrial já está acontecendo -.http://www.profissaoatitude.com.br/Blog/Post/8058926.

2 Ahmed, Shahid; Chitkara, Raman. The Industrial Internet of Things. PWC, 2016.

3 Macaulay, James; Buckalew, Lauren, Chung, GinaInternet of Things in LogisticsA collaborative report by DHL and Cisco on implications and use cases for the logistics industry. 2015, Troisdorf, Germany.

4 Sondagem EspecialIndústria 4.0: novo desafio para a indústria brasileira. Publicação CNI, Ano 17, Número 2, Abril de 2016.

5 Gustavo Caetano12 coisas que você precisa saber sobre o futuro da tecnologia. Disponível emhttp://slides.com/gustavocaetano/12-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-o-futuro-da-tecnologia#/5, acessado em 16.07.2016.

6 WikipediaInternet das coisashttps://pt.wikipedia.org/wiki/Internet_das_Coisas. Acessado em 16.07.2016.

7 Revista Exame. Digitização. Vem aí um admirável mundo novo. Outra vez.

http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/internet/2015-06-10-Digitizacao-vem-ai-um-admiravel-mundo-novo.-Outra-vez. Acessado em 16.07.2016.

*Jair Calixto é Farmacêutico-Bioquímico graduado pela USP e atualmente de  Gerente de Boas Práticas e Auditorias Farmacêuticas do Sindusfarma.  E-mail:  [email protected].

Henkel adquire empresa norte-americana de cosméticos profissionais da Shiseido

A Henkel, líder global em marcas e tecnologias em três áreas de negócios: Adhesive Technologies, Beauty Care e Laundry & Home Care, assinou um acordo para adquirir a Zotos International Inc – negócio norte-americano de cosméticos profissionais para cabelos da Shiseido – por 485 milhões de dólares. A aquisição inclui marcas líderes como Joico e Zotos Professional.

No último ano fiscal, a Zotos International Inc. registrou vendas de cerca de 230 milhões de dólares e emprega aproximadamente 700 pessoas. Sediada em Darien, Connecticut, a companhia é focada no mercado dos Estados Unidos, onde opera a fábrica, bem como a área de Pesquisa e Desenvolvimento. Seus negócios também estão presentes na Europa e Ásia.

“Essa aquisição é parte de nossa estratégia para expandir nossa posição em mercados e categorias atrativas. Isso irá fortalecer ainda mais nosso negócio de cosméticos profissionais nos Estados Unidos, o maior mercado de cosméticos profissionais para cabelos. As marcas de alta qualidade combinam perfeitamente com nosso negócio de Beauty Care e estamos muito ansiosos para receber a experiente equipe da Zotos no time Henkel”, disse o CEO da Henkel Hans Van Bylen.

“Na Henkel, nós temos uma forte habilidade para identificar aquisições com clara estratégia de complementar nossos negócios e atrair valor” disse Carsten Knobel, CFO da Henkel.

A transação é a terceira aquisição da Henkel nos negócios de cosméticos profissionais em anos recentes. Em 2014, a Henkel adquiriu três companhias americanas Sexy Hair, Alterna e Kenra. Em setembro, a Henkel concluiu a aquisição da mexicana Nattura Laboratorios que detém a marca Pravana, com forte presença na área de cosméticos profissionais nos Estados Unidos.

A aquisição está sujeita a aprovações de órgãos regulatórios.

O desafio da integridade de dados nas indústrias

Um aspecto extremamente importante para garantir a credibilidade, a qualidade e a conformidade dos processos produtivos dentro das indústrias do segmento farmacêutico e cosmético é a integridade de dados, ou seja, a reunião de informações estratégicas e consistentes desde o desenvolvimento de um produto até a sua distribuição ao mercado consumidor. Este processo de coleta e armazenamento de dados pode ser visto como um desafio para as empresas, mas é fundamental para manter as boas práticas de fabricação e também para realizar o gerenciamento de riscos com assertividade e precisão.

A integridade de dados é um conceito que ganhou força com o processo de informatização das indústrias e que vem possibilitando avanços extraordinários em termos de qualidade e controle de todas as etapas do processo produtivo. Os dados coletados e armazenados têm uma incrível utilidade para as indústrias e, por isso, não podem simplesmente ficar registrados sem uso prático. É essencial que as indústrias consigam garantir a integridade de seus dados para que possam fazer bom uso dessas informações.

Como garantir a integridade de dados nas indústrias?

É preciso investir em ferramentas que permitam a gestão e a proteção das informações armazenadas, como tecnologias próprias para gerenciamento de banco de dados, armazenamento de dados na nuvem, registros eletrônicos, trilha de auditoria (Audit Trail), prevenção contra a corrupção de arquivos, compliance, entre outras iniciativas. O objetivo desse tipo de investimento é justamente evitar que usuários não autorizados tenham acesso às informações e, principalmente, reduzir as chances de que os dados se tornem inconsistentes ou sejam perdidos.

Algumas ações relevantes têm feito parte da rotina das indústrias preocupadas e engajadas com a integridade de seus dados, como a validação de sistemas computadorizados, a governança e a adoção de condutas éticas.

A preocupação com esse tipo de informação é tanta que, recentemente, o Sindusfarma, entidade associativa da indústria farmacêutica, lançou um Manual de Integridade de Dados, como forma de oferecer um guia com informações, procedimentos e cuidados que devem ser aplicados cotidianamente para evitar e reduzir a ocorrência de falhas e riscos em laboratórios farmacêuticos. A ideia deste guia é orientar o registro e a gestão de informações relevantes de forma consistente, segura e organizada dentro da cadeia farmacêutica. O manual aponta caminhos capazes de reduzir os problemas e os erros nos processos e procedimentos que têm relação com produtos, aprimorando as inspeções e as condutas das Boas Práticas de Fabricação.

É importante que as indústrias compreendam que a integridade dos dados, sejam eles informatizados ou não, é crucial para a produção de medicamentos e produtos farmacêuticos e cosméticos com a qualidade exigida pelos órgãos regulatórios. Apenas com dados íntegros e seguros, é possível garantir processos farmacêuticos que não coloquem em risco a vida e a integridade dos consumidores.

As estratégias de controle de dados devem ser baseadas nos riscos e precisam levar em consideração a legislação vigente e os guias nacionais e internacionais sobre o tema, como, por exemplo, o Guia FDA, que recebeu o nome de Data Integrity and Compliance With CGMP Guidance for Industry (2016).

Com essas informações valiosas, as indústrias da área farmacêutica, cosmética e de saneantes são capazes de aprimorar seus processos produtivos e modernizar suas práticas e cadeias de distribuição de produtos, a fim de conquistar a excelência.

Para tanto, é preciso cumprir com todos os requerimentos para a integridade de dados, investir em ferramentas e tecnologias inovadoras de informatização, atualizar os dados de forma sistemática e garantir sua precisão por meio de registros originais ou cópias idênticas das informações. Os dados precisam, obrigatoriamente, ser: atribuíveis, legíveis, contemporâneos, originais e acurados, conforme ressalta o Guia Sindusfarma para a Indústria Farmacêutica. O controle das informações deve ser total em todo o ciclo de vida dos dados.

E não se esqueçam a indústria 4.0 vem ai!

Por: Daniela Cristina da Silva

Empreendedora, Palestrante, Auditoria Nacional e Internacional, Criadora e Gerenciadora da fan page Q&V e grupos no whatsapp.

Engenheira Química graduada pela Universidade Federal de São Carlos, especialista em Gestão da Qualidade e Produtividade pela Faculdade Oswaldo Cruz. Com experiência profissional em unidades fabris, de indústrias farmacêuticas e farmoquímicas, multinacionais e nacionais de grande porte há 14 anos, como Sanofi-Aventis, Pfizer, Nicomed, Libbs. Atual Diretora Executiva M&D Consultoria. Experiência em start-up de plantas, comissionamentos, qualificação de equipamentos, validação de limpeza, processos e sistemas computadorizados e realização de FAT´s de equipamentos de produção na Argentina e Alemanha. Docente do IDVF – Instituto de Desenvolvimento do Varejo Farmacêutico e do Portal EADPLUS e da pós-graduação do ICTQ e Racine.

 

O sabor de liderar

*Por Guilherme De Rosso

Há algum tempo, escrevi um artigo sobre minha experiência nos restaurantes com estrela Michellin, na Itália. Tirando todas as técnicas e receitas, tive outra lição importantíssima, a qual levarei para o resto da vida e carreira profissional: lá eu também aprendi como ser um líder. Leia Mais »